Todos os posts de Revista Eno Estilo

revista-eno-estilo-wines-of-chile-2014-01

Chile seus vinhos, uma história de conquistas

Com início do plantio de uvas vítis viníferas de origem espanhola em 1550, algumas existentes até hoje, como a “País”, na Espanha conhecida como “Listán Prieto” (na Argentina como “Criola” e na Califórnia como “Missão”) e em 1850 com a introdução das primeiras cepas francesas, o Chile foi construindo o conhecimento de seu “terroir“, seu clima e a reação das videiras a este cenário. O Resultado é uma brilhante história de conquistas, garantindo uma boa fatia de visibilidade no mundo do vinho e sedimentando seu lugar, de um dos maiores produtores mundiais do cenário vitivinícola.

Atualmente são 14 regiões vitivinícolas, recentemente com as três grandes subdivisões, Costa, Entre Cordilheiras e Andes, que percorrem  a extensão de 1200 quilômetros de norte a sul.

O Chile privilegia-se de um clima espetacular para o desenvolvimento das videiras, que permite uma amplitude térmica de cerca de 22º em época de seu crescimento, influência das brisas da costa, oferecidas pela corrente de Humboldt e da magnitude da Cordilheira dos Andes.

Sob estas condições,  o Chile é atualmente o  8º maior produtor de vinhos do mundo e o quinto maior exportador, tendo o 1º lugar como importador de vinhos ao Brasil, com 48,08% de participação em volume de vinhos no mercado brasileiro, no primeiro semestre de 2014 (dados da International Consulting).

A Wines of Chile é a associação responsável pela divulgação dos vinhos chilenos no mundo, e representa 90 vinícolas do país.

Galeria de vinhos em destaque do 4º Tasting  Wines of Chile

Na última apresentação de vinhos no Brasil,  em evento voltado à profissionais da área de vinhos,  o Wines of Chile esteve em São Paulo e ofereceu uma master class com o sommelier Héctor Riquelme que optou por apresentar vinhos de personalidades e estilos diferenciados, rótulos elaborados sob condições extremas de terroirs chilenos. No salão principal do Hotel Unique,  31 vinícolas apresentaram uma boa parte de seus vinhos.

Os vinhos selecionados para a galeria de vinhos em destaque da Revista Eno Estilo, sugerem uma identidade própria aliada a um conjunto harmonioso, nos aspectos olfativos e gustativos.

A ordem em que os vinhos são apresentados é aleatória, não seguindo critérios de pontuação.

Los Patrícios Chardonnay 2010
Pandolfi Price
Vale de Itata 
Vinho chileno
3000 garrafas
Tara Red Wine 1 – Pinot Noir 2012 Viña Ventisquero
Vale Huasco – D.O. Atacama
Vinho chileno
650 garrafas
Gallardia Del Itata Cinsault 2013
De Martino
Vale de Itata
Vinho chileno
revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-1 revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-2 revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-3
Exótico,  com predomínio balsâmico, ataque macio e acidez na medida exata, sem estridências. Integrado saboroso com notas de cerejas maduras e sugere nuances de tomate francês (tamarilho). Elegante, mescla floral com empireumático.  Equilibrado,  com taninos discretos.
     
El Insolente Carignan 2010
Roque Vine
Vale de Itata
Vinho chileno
807 garrafas
Syrah Aconcagua Costa 2012
Errazuriz
Vale Aconcagua (Costa)
Vinho chileno
19.524 garrafas
Piedras Pizarras Cabernet Sauvignon 2013
Carolina Wine Brands
Vale Cachapoal – 2000 garrafas
Vinho chileno
revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-4 revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-5 revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-6
Consistente, aromas balsâmicos, com chocolate e cedro, ainda leves frutas, morangos silvestres. Boca integrada e taninos vigorosos. Vivaz com ameixas maduras,  especiarias,  chocolate ao leite. Boca suculenta, integrada e fresca Saborosíssimo, com notas florais e ameixas suculentas. Boca com ataque macio, corpo médio e taninos elegantes
     
Loma Larga Syrah 2009
Loma Larga Vineyards
Vale de Casablanca
Vinho chileno
Orzada Carignan 2012
Odfjell
Vale do Maule
Vinho chileno
b-300-revista-eno-estilo-1home-red
revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-7 revista-eno-estilo-vinhos-destaque-chile-8

Veja também a galeria de vinhos do Gambero Rosso 
Top Italian Wines 2014

 

 

 

  

Integrado e envolvente, ameixas suculentas, especiarias e cedro. Difícil de largar a taça. Elegante, macio e de excelente estrutura, notas de cerejas maduras, nuances de canela e de “sous-bois”.

por Camila H. Coletti
Revista Eno Estilo
Vinhos e lifestyle

Serviço:
Evento CH2A Comunicação
Wines of Chile


bullet2-60Pequeno glossário:
Sous-bois = Termo do francês utilizado em análises de vinhos para aromas de chão de floresta.
Terroir = Termo do francês, que refere-se ao conceito de um conjunto de condições geográficas, geológicas e climáticas típicas de um espaço, que interferem no desenvolvimento das videiras e que resultam em um vinho diferenciado. Alguns consideram o conceito de forma mais ampla somando a estas condições descritas, a ação do homem, os tratos com a videira e as diversas decisões e escolhas relativas à produção do vinho.
Revista Eno Estilo – Revista de vinhos e lifestyle

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-6

Cinco vinhos do Porto em cinco estilos e uma infinidade de aromas e sabores

O vinho do Porto fez parte da infância de muita gente aqui no Brasil, muitos foram apresentados ao vinho através da famosa gemada elaborada com uma apreciada colher dele.

O vinho do Porto é um clássico na vida de todo apreciador de vinhos e  campo de muitas descobertas em prazeres gustativos ampliados pelas inúmeras possibilidades gastronômicas.

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-7

Em meio ao inverno de 2014,  a Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (ABS-SP), organizou uma degustação técnica,  onde foram apresentados cinco vinhos do Porto.

Ao finalizar a degustação, procedemos os testes de harmonizações com  queijo Stilton e com o quitute português “pastel de Belém”, também conhecido como “pastel de nata”, elaborado na doçaria tradicional portuguesa Casa Mathilde, de São Paulo.

As dicas dos vinhos do Porto degustados

Algumas impressões para a sua escolha de vinho lembrando que as análises completas, de alguns deles, estarão disponíveis na área de vinhos analisados da revista Eno Estilo.

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-1

Porto Burmester LBV – 2007
Produtor: Sogevinus Fine Wines S/A
Douro – Portugal
Importadora: Adega Alentejana 

    Com  notas de chocolate, frutas vermelhas glaçadas e nuances de caixa de charuto, apresenta-se este vivaz  e intenso cavalheiro, com taninos que dizem a que vieram.

Melhor harmonização: Queijo Stilton

Queijo Stilton

Álcool: 20°

Preço: R$ 108,00

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-2

Porto Ramos Pinto Tawny 10 anos
Produtor: Adriano Ramos Pinto Vinhos
Douro – Portugal
Importadora: Franco Suissa

    Com muitas frutas cristalizadas, caramelo, bala toffee. Ataque macio álcool integrado e uma acidez aparente que harmoniza o conjunto.

Melhor harmonização: Queijo Stilton

Queijo Stilton

Álcool: 20°

Preço: R$ 225,00

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-3

Churchill’s 20 years old Tawny Port
Produtor: Churchill Graham
Douro – Portugal
Importadora: Winebrands

    Com muitas frutas secas, passas e notas levemente cítricas, boca com bela acidez, doçura apreciável e álcool integradíssimo.

Melhores harmonizações:
Queijo Stilton e pastel de Belém

tr-stil-80tr-pastel-belem-80

Álcool: 19,5°

Preço: R$ 286,00

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-4 Porto Krohn Colheita 1983
Produtor: Wiese & Krohn Sucrs
Douro – Portugal
Importadora: Worldwine
Engarrafado em 2010, tendo permanecido 27 anos em madeira.
    Mais complexo, sofisticado, frutas cristalizadas, cedro, avelãs torradas, macio com acidez na medida exata

Melhores harmonizações:
Queijo Stilton e pastel de Belém

tr-stil-80tr-pastel-belem-80

Harmonização perfeita: Pastel de Belém

Álcool: 20°

Preço: R$ 420,00

revista-eno-estilo-vinho-do-porto-30-07-2014-5 Warre’s – Quinta da Cavadinha
Porto Vintage 1996
Produtor: Symington Family Estates
Douro – Portugal
Importadora: Decanter

    Exótico, com cacau, especiarias, e notas balsâmicas, com taninos instigantes que revelam-se e participam da cena.

Melhores harmonizações:
Stilton e pastel de Belém

tr-stil-80tr-pastel-belem-80

Harmonização perfeita: Queijo Stilton

Álcool: 20°

Preço: R$ 246,00

Mais uma experiência no estilo “prazer do vinho e descobertas deste universo”, que a ABS-SP promove todas as semanas, às quartas-feiras, onde a casa fica aberta aos associados, aos alunos e aos visitantes. Acompanhe  no site da associação  e participe você também.

por Camila H. Coletti

Quer conhecer as harmonizações recomendadas pelos franceses para o queijo Roquefort?
Harmonizando queijos: Roquefort com vinho

Revista Eno Estilo – Revista de vinhos e lifestyle

Ponte_Saint_Pierre_Toulouse_revista-enoestilo

Em território francês, numa rota menos conhecida e repleta de encantos, nas proximidades de roteiros tradicionais, descortina-se um cenário de prazeres do vinho e da gastronomia.
Um roteiro de descobertas, pouco usual para nós brasileiros e que vem de encontro, aos anseios dos apaixonados pela área enogastronômica:
Midi-Pyrénées ou como é traduzido para o Português Midi-Pirineus.

Midi-Pirineus é uma das 26 regiões administrativas da França e está situada no sudoeste, entre a região de Aquitaine, Bordeaux e Languedoc-Roussilon.   Veja o “mapa das regiões administrativas da França”.

Midi-Pyrenees-france-revista-enoestiloUma região de belezas naturais, berço do delicioso queijo Roquefort, a casa da apreciadíssima trufa negra e do famoso açafrão de Quercy, produtos reverenciados na culinária mundial. A região não economiza delícias emprestadas à gastronomia mundial: A famosa Cassoulet, o magret de canard, o foie grás, o aligot e tantos outros quitutes gastronômicos celebrados pelo mundo a fora, paixão de requintados chefes de cozinha.

Quercy-Terre-dArome-p

Trufas negras de Quercy  Açafrão de Quercy Queijo Roquefort
trufas-negras-quercy-revista-enoestilo safran-quercy-revista-enoestilo queijo-roquefort-revista-enoestilo

Apontadas como “o diamante da cozinha” e consideradas por muitos como afrodisíacas, as trufas tem a admiração dos chefes espalhados pelo mundo.

 

O apreciado pistilo da flor, conhecida como “safran” na França, chega a quase o preço da grama do ouro aqui no Brasil. Completamente diferente do nosso  açafrão da terra…
Leia mais…

Elaborado exclusivamente de leite cru de ovelhas, o queijo Roquefort tem uma período de maturação mínima de 3 meses. Um clássico na harmonização com…
Leia mais…

A região também é próspera em terroirs, que foram berços de uvas vitiviníferas,  hoje bem adaptadas na América do Sul e que tem suas origens, em cidades desta região administrativa, como as uvas Malbec de “Cahors” e as Tannat de “Madiran”. 

MP_CRA+IRQ+CRTComece a familiarizar-se com as muitas delícias regionais espalhadas pela região, muitas delas com apelação de origem controlada (as famosas A.O.P. francesas)  e várias, com indicações de procedência.
A primeira denominação de origem de queijo do mundo, chamada de A.O.P na França, é a A.O.P. Roquefort na região de Roquefort-sur-Soulzon, registrada em 1925.

Veja AQUI, o mapa da região Midi-Pyrénées completo com as indicações de origem de vinhos e demais produtos, com as apelações de origem protegidas A.O.P e outros mapas regionais.

Partindo de São Paulo, você tem mais possibilidades de rotas de chegada à Toulouse, já definindo  por qual cidade será sua entrada na Europa.

Entrada por:

  • Lisboa
  • Madri
  • Barcelona
  • Casablanca – Marrocos

Estas cidades  oferecem translado para Toulouse, e você poderá optar, de acordo com o roteiro de base, de sua viagem programada.

por Camila H. Coletti

Revista Eno Estilo – Revista de vinhos e lifestyle

barricas-bodegas-irius-revista-eno-estilo

A palavra do especialista

Álvaro Cézar Galvão

Há quem diga que o mais simples é sempre o gostar ou não de determinado vinho, isto também pode ser estendido ao uso dos recipientes de madeira para guarda, conservação e arredondamento dos vinhos.

Amadurecer ou envelhecer?

barricas-pago-capellanes-revista-eno-estiloAntes de começar, incito aqui aos leitores, para que não confundam amadurecer com envelhecer na madeira, explico: O fermentado, como o vinho, enquanto permanece em barricas de madeira, está apenas amadurecendo, ele só começa a envelhecer depois de engarrafado, ao contrário dos destilados que envelhecem na madeira, e após engarrafados, permanecem intactos com relação ao tempo, não mudam mais.

Bem, segundo a história, os primeiros recipientes de madeira são datados do ano 200 a.C. vieram para substituir as frágeis ânforas de barro. Servem para transportar, conservar, amadurecer e tornar dóceis os vinhos mais duros e tânicos, e também para imprimir um caráter de modismo globalizado, por assim dizer. Tudo começa na proposta que o enólogo tem para cada vinho, pois somente ele é capaz de adivinhar  no que se transformará o vinho depois de semanas, meses, anos e décadas  de espera e evolução, seja com ou sem madeira.

O poder de guarda de cada vinho dependerá do equilíbrio entre álcool, taninos e acidez, sendo que todos estes elementos são fundamentais para os vinhos, independentemente da utilização das barricas de madeira, mas os que deverão estagiar em madeira, muitas vezes para atingir este equilíbrio, precisam da “troca” com os elementos e fibras da madeira, a micro oxigenação permitida pelos poros do recipiente, sua capacidade de estabilizar e decantar os sólidos menos desejáveis, da sua enorme facilidade de troca entre os taninos da madeira e os do vinho.

Mas todas as madeiras podem ser empregues para este fim?

carvalho-quercus-alba-revista-eno-estilocarvalho-quercus-petraea-revista-eno-estilo

Carvalho Quercus Alba Carvalho Quercus Petrae

Algumas, cuja característica maior é de serem resinosas, não são adequadas, pois transferirão aos vinhos estes aromas, este paladar, a, mas utilizada para não entramos muito a fundo nesta questão são as provenientes da família dos carvalhos (Quercus), e que são muitos, cerca de 600, mas geralmente e os mais utilizados são o carvalho americano( Quercus alba) e os europeus( Quercus petraea  e Quercus robur).

Na Europa, França Portugal, Rússia, Hungria, Eslavônia e na América, Estados Unidos, são conhecidos pela qualidade e viabilidade de extração de suas madeiras. O carvalho americano, Quercus Alba, possui granulação mais grossa, são mais rápidos no crescimento e ponto de corte que os europeus, mais duro e maleável, e isto o torna versátil ao corte, podendo ser em várias direções, com menor perda e, portanto mais baratos que os primos europeus, seu rendimento é o dobro.

As barricas de carvalho americano são conhecidas por liberar aromas mais intensos que o francês, e normalmente associados ao coco, baunilha e lácteos, além de taninos um pouco mais agressivos. Já entre os europeus, a França é o país que serve como referência quando se fala de carvalho, e o corte deve ser feito no sentido das fibras, para que as aduelas sejam impermeáveis, por isso seu rendimento menor. Barricas de carvalho francês dão mais elegância e complexidade de aromas, com aporte de taninos mais finos. Todas as barricas recebem um tosta à fogo para que suas fibras possam se dobrar mais facilmente e também transferir aromas e paladar, quanto mais profunda e agressiva a tostagem, mais aromas defumados e empireumáticos serão transferidos ao conteúdo líquido.

As capacidades em volume das barricas de carvalho

botti-barrica-barolo-revista-eno-estilo

Bottis italianos

Existem variados formatos e capacidades de barricas de carvalho, tais como os bottis italianos com grande capacidade, normalmente de carvalho eslavo que pode chegar a 6 mil litros, usados nos tradicionais Barolos; para os Tokaji Aszú, temos os Gönci na Hungria com 136 litros; o Demimuid, de 600 litros, comum em Châteauneuf- du-Pape; o Bourgogne de 228 litros e aduelas mais grossas, e as mais conhecidas e fáceis de serem encontradas, as barricas bordalesas, com capacidade de 225 litros.

Número de usos das barricas de carvalho

barrica-bourgogne-228-revista-eno-estiloOutra coisa que devo mencionar, mais ou menos evidente é que quanto mais nova for a barrica, e com menos usos, sim, as barricas de carvalho são utilizadas por várias vezes cada uma, a transferência de aromas e paladar será mais acentuada, pois seus poros estão livres e desimpedidos de depósitos e extratos secos do vinho.

Após alguns usos, esta transferência é tão mínima que quase não interferindo servirá apenas de recipiente com alguma pequena porosidade, dando lenta micro oxigenação ao vinho e nada mais. Na prática, no terceiro uso, o impacto aromático do carvalho é mínimo, servindo mais como um recipiente com micro porosidade.

As barricas de carvalho, especialmente as novas, costumam perder de 3 a 5% do líquido em seu interior ao ano, o que significa até 11 litros de perda ao ano em uma barrica bordalesa, aquela de 225 litros.

Até o próximo brinde!

alvaro-cezar-galvao-revista-eno-estilo

Álvaro Cézar Galvão cezargalvao@uol.com.br www.divinoguia.com.br

Especialista em vinhos e bebidas há mais de 20 anos, com várias formações na área. taca-revista-eno-estilo-al Escritor e degustador internacional em concursos de vinhos e bebidas.


 Revista Eno Estilo – Revista de vinhos e lifestyle

Algumas harmonizações são clássicas no país de origem e em especial, na região de onde provêm o queijo Roquefort.

revista-eno-estilo-sauternes-roquefort

Quando pensamos em harmonizações com vinhos, um bom ponto de partida sempre será conhecer as harmonizações clássicas e as harmonizações, para então, partir para descobertas mais ousadas.

Sempre que o objetivo for conhecer os estilos regionais de harmonizações, convém localizar bem a região de origem do produto a ser harmonizado.

revista-eno-estilo-roquefort-1

De onde parte o Queijo Roquefort?

Sudoeste francês, na região de Midi-Pyrénées, na cidade de Roquefort-sur-Soulzon, local onde maturam estas delícias. A região de Roquefort-sur-Soulzon, esta a aproximadamente 170km de Toulouse, passando por Millau, pela A75, com direito a transitar pelo maior viaduto do mundo, o Viaduto de Millau com 300 metros de altura.

Veja vários mapas e em especial,  o mapa de produtos de terroir e com indicação de origem de toda a região de Midi-Pyrénées

As harmonizações para o queijo Roquefort

Vinho da região: Tipo do vinho: Macro região Estilo de harmonização
       
Sauternes Vinho branco doce Bordeaux Clássica + famosa
Barsac Vinho branco doce Bordeaux Clássica
Cadillac Vinho branco doce Bordeaux Clássica
Cérons Vinho branco doce Bordeaux Clássica
Loupiac Vinho branco doce Bordeaux Clássica
Sainte Croix du Monte Vinho branco doce Bordeaux Clássica
       
Jurançon Vinho branco doce Sud Ouest Clássica regional
Monbazillac Vinho branco doce Sud Ouest Clássica regional
Pacherenc du Vic Bilh Vinho branco doce Sud Ouest Clássica regional
       
Champagne Vinho espumante Champagne Regional
Gaillac Vinho espumante Sud Ouest Regional
       
Maury Vinho tinto Languedoc Roussillon Opção tinto
Rivesalts Vinho tinto Languedoc Roussillon Opção tinto
       
Porto Vinho fortificado Douro – Portugal Opção fortificado

Gostaria de ler mais sobre o queijo Roquefort?revista-eno-estilo-roquefort-p

Veja a matéria: O queijo Roquefort

Conheça mais a região, quem sabe não será o teu próximo roteiro na França?

Viagem à região do Roquefort, das trufas e do açafrão


por Camila H. Coletti

rodape-650-150

acafrao-quercy-france-revista-enoestilo

acafrao-3-revista-enoestiloCom referências dele no Quercy, França desde o século XIII, o “Crocus Sativus Linnaeus”, mais conhecido como açafrão,  de origem asiática, vem sendo cultivado na região do Quercy, onde se adaptou muito bem e tem oferecido à gastronomia requintada mundial, a colheita de um dos melhores açafrões do mundo. A bucólica região medieval do Quercy, em sua maior parte tombada como patrimônio histórico, é  também, conhecida pelas espetaculares trufas negras. Quercy  situa-se nos departamentos de “Lot” e “Tarn et Garone” na região de Midi-Pyrénées, nas proximidades de uma local conhecido de enófilos dedicados: Cahors, terra de vinhos da  nativa uva da região, a Malbec e não muito distante da famosa e preciosa Bordeaux, com seus vinhos no atraente corte bordalês.

O “Safran du Quercy” é de cultivo delicado dependendo muito de cuidados e da ação do homem, uma área de seu cultivo é conhecida na região como Safranière. Cada flor de açafrão possui três preciosos pistilos, que são a parte da planta utilizada como especiaria em criações culinárias do mundo todo. Suas frágeis flores são colhidas no amanhecer entre os meses de outubro e novembro e delas são retirados manualmente, os 3 filamentos filamentos vermelhos que serão colocados para secar.

safran-quercy2-revista-enoestiloUm campo com cerca de  200.000 flores será necessário, para que seus pistilos integralizem 1 quilo da especiaria mais cara do mundo, que na França  pode chegar a até, cerca de 30.000 euros. Considerado um produto de terroir, o “Safran du Quercy” possui IGP, indicação de origem protegida e se caracteriza pela cor vermelha intensa, sem qualquer resto vegetal, sendo 100% puro de classificação 1, destacando-se em cor, pureza e especial qualidade de aromas, sendo considerado na França e em todo mundo,  como um produto diferenciado, requintado, de qualidade impar.

Como obter o melhor do Açafrão de Quercy

acafrao-2-revista-enoestilo

Na região, recomenda-se que o açafrão seja colocado em infusão da seguinte maneira: Coloque um pouco de água até ebulição, desligue o fogo e então coloque nela o açafrão, deixando descansar por um mínimo de 4 horas e o ideal de 24 horas.

Importante: Somente  coloque a preparação “safranée”, quando seu prato estiver nos 10 minutos finais,  para que seja desenvolvido todo o potencial e riqueza dos aromas possíveis do açafrão do  terroir de Quercy.

acafrao-revista-enoestilo

DICA: 1 grama de Açafrão de Quercy tem o poder de colorir e perfumar cerca de 60 pratos.
Para 6 pessoas utilize 0,1 gramas de açafrão.

Aqui no Brasil é popularmente utilizado a Cúrcuma, que é conhecida com o nome de Açafrão da Terra, pelo seu poder colorífico. Comercializada em pó, a cúrcuma é um rizoma, da família dos ginsengs e não tem qualquer ligação com o verdadeiro açafrão, nem suas propriedades.

  Leia mais sobre a região da França onde localiza-se Quercy:

Viagem à região do Roquefort, das trufas e do açafrão

 

por Camila H. Coletti

revista-eno-estilo-roquefortrevista-eno-estilo_roquefort_La_Cave_Blanche

O queijo Roquefort é uma mistura de delicadeza e força que combina a genialidade da natureza com a inteligência do homem. Um típico produto de terroir.

A origem do queijo Roquefort

Com uma história de paixão que sugere a sua descoberta, o queijo Roquefort é clamado mundialmente. Diz a lenda que um pastor teria esquecido o seu lanche, uma coalhada de leite de ovelha, em uma das  cavernas de Cambalou, na França, para cortejar uma bela mulher. Meses depois acabou retornando ao local e aquela coalhada havia se transformado em algo delicioso que ele apreciou, teria sido  este então, o primeiro queijo Roquefort.

Seguramente existem menções ao queijo com a data de 1070 e em 1411, Charles VI concedeu o monopólio de sua produção à região de Roquefort-sur-Soulzon, que fica no departamento de Midi-Pyrénnés, França,  região que foi reconhecida e demarcada recebendo a qualificação de AOC em 1925 o queijo Roquefort ostenta o marco de ter sido o primeiro queijo a obter o registro de Apelação de origem controlada AOC. Hoje  devido ao acordo e regras da comunidade comum europeia, adotou-se a sigla  AOP ’Appellation d’Origine Protégée.

O Queijo Roquefort

revista-eno-estilo-roquefort_pedO queijo Roquefort é elaborado somente de leite cru de ovelhas (brebis em francês)  da espécie Laucane e a presença do fungo “Penicillium roqueforti”. 

O queijo, classificado na categoria de “azul”  é branco com veios azulados ou para alguns em tons de esmeraldas, tem aroma intenso, apresenta umidade, não tem casca e  é levemente salgado.

revista-eno-estilo-roquefort-p

É elaborado em forma de cilindro, pesando cerca de 2,5kg a 2,9kg que passa por um período de maturação mínima de 3 meses, incluindo pelo menos 14 dias de maturação, nas tradicionais cavernas naturais de Roquefort, onde reside uma boa parte do segredo e exclusividade do produto.

revista-eno-estilo-queijo-roquefort

Ficou curioso, sobre como as cavernas de Cambalou acabaram sendo responsáveis por boa parte do segredo do queijo Roquefort?
A Revista Eno Estilo também e estamos elaborando uma pesquisa e matéria a respeito.

Logo mais, as misteriosas cavernas de Cambalou e sua ação sobre o queijo Roquefort.

revista-eno-estilo-quart-de-roquefortMas e as harmonizações com vinho?

Leia 14 sugestões clássicas e regionais, as mais utilizadas na França:

Harmonizando queijos: Roquefort com vinho

 


por Camila H. Coletti

 

revista-eno-estilo-chef-raffaele-mancini-1r

Em visita ao Brasil, o Chef italiano Raffaele Mancini oferecerá pelo ICIF aulas de gastronomia, focada na  cozinha dietética

Voltado para as novas tendências da alimentação e nutrição o  ICIF – Italian Culinary Institute for Foreigners, trará ao Brasil o Chef italiano Raffaele Mancini, uma sumidade no tema, que tem se dedicado a alta gastronomia na área vegetariana, focando o respeito pelo nosso corpo e pela natureza. Leia a matéria sobre o Chef Raffaele Mancini.

Com um cardápio bastante tentador, o chef ministrará um curso de formação de uma semana com 2 menus completos por dia. O programa consistirá de 10 menus completos, sendo que o participante poderá se inscrever nas aulas de um ou vários menus, veja todas as composições com investimentos diferenciados ao final.

prato-chef raffaele-mancini_thumb[2]Os menus enfocam os temas:

  • Menu Vegetariano
  • Menu Vegano
  • Menu light
  • Menu para celíacos
  • Menu para intolerantes a lactose
  • Transformações: Para poder adequar alguns ingredientes importantes na cozinha tradicional, para o conceito da cozinha vegetariana: como queijo grana vegam, maionese vegam, tartare de carne vegam e outros.

 

Programa completo do curso de cozinha dietética do Chef Raffaele Mancini

Segunda – Manhã Segunda – Tarde
Menu Vegetariano Menu Vegano
  • Homenagem  a Mirò – expressionismo de verduras, ricotas e algas
  • Creme de beterraba  com quenelle de yogurte e erba ciboulette (quente ou frio)
  • “tartare” vegetariana com fondue de mozarela e ovo marinado
  • Cubos de “panna cotta” e coulis de frutas
  • Morangos, tomatinhos e aipo sobre creme de manjericão e hortelã
  • Creme de batata doce com laranja e aroma de leite de amêndoas e creme de avelãs
  • Mil folhas de legumes com verduras e frutas
  • Macedonia (salada de frutas) sobre gelatina de coco

Terça – Manhã

Terça – Tarde

Menu light Menu para celíacos
  • Pequena salada de laranjas, erva-doce, sementes de abóbora, pinoli, bagas  de goji
  • “Battuto” de camarões con salada mista, brotos e morangos
  • Macarrão à carlofortina com atum fresco salteado, tomatinhos cereja , pesto leve da Liguria
  • Robalo ao molho com verduras e mexilhões Pappai biancu (receita da Sardenha)
  • “Tartare” aos 4 queijos, nozes, sálvia, vinagre balsâmico, tomates e pesto de amêndoas
  • Nhoques sem glúten sobre coulis de tomate fresco, tomatinhos, pistaches, amêndoas, manjericão e alhos-porós fritos.
  • Vieiras, creme de batatas c/ baunilha, chips de batatas e algas
  • Mandorlita com creme chantilly, kiwi e manga

Quarta – Manhã

Quarta – Tarde

Menu para intolerantes a lactose Menu vegetariano
  • Sardinhas salteadas com cremes vegetais  e caviar de berinjela
  • Risoto com redução ao sherry, pimenta e pão salteado e mantecatura sem derivados do leite
  • Bacalhau confit cozido no azeite com batatas roxas e molho de açafrão e gengibre
  • Bavaresa de morangos (ou fruta da estação)
  • Rolinhos de abacate e verduras, creme de mozarela e tomatinhos confits
  • Pappardelle com leve fondue, salsinha e azeite ao limão
  • Tortinha de radicchio com creme de nozes, parmesão e brotos de beterraba
  • Laranjas com molho de ricota de cabra com mel de flor de laranjeira e biscoitos de massa podre.

Quinta – Manhã

Quinta – Tarde

Menu Vegano Menu para intolerantes a lactose
  • Jardim de saladas com hortelã, funcho e romã
  • Nhoques com tomates confit, ervas oficinais fritas e azeite ao açafrão e gengibre
  • Homenagem a Mondrian – lentilhas, espinafres, abóbora e batatas
  • Muffin ao açafrão com glacê de chocolate
  • Sardinhas salteadas com cremes vegetais e caviar de berinjela
  • Risoto com redução ao sherry, pimenta e pão salteado e mantecatura sem derivados do leite
  • Bacalhau confit cozido no azeite ao manjericão, creme de morangos, melão, pimentões e brotos de shizo
  • Bavaresa de morangos (ou fruta da estação)

Sexta – Manhã

Sexta – Tarde

Menu para celíacos Transformações
  • “Battuto” de robalo, burrata, coulis de tomates e manjericão
  • Risotto à carbonara com algas fritas
  • Mil-folhas de batatas com creme de ricota, azeitonas pretas e ciboulette
  • Gueffus e mirto
  • “ovo frito” vegan
  • Maionese vegan
  • “tartare” de carne vegan
  • “ Le Arie” (Os Ares)
  • “Queijo Grana” vegan
  • Faux gras ou seja o foie gras vegan

 

colheres-com-ervas-e-especiariasServiço: Curso de cozinha dietética do Chef Raffaele Mancini

 

Data: de 25 a 29 de agosto de 2014

Período da manhã e tarde, com 3 horas de duração para cada menu.

Local: Cozinha Didática do ICIF

Rua General Couto de Magalhães 145 – Centro – São Paulo

 

Material: Será entregue uma apostila traduzida para o português  e as aulas serão traduzidas ao vivo pela professora Paula Tedeschi. Haverá certificado do ICIF.

 

Investimento:

1 aula = 1 Menu (meio período): R$   300,00

2 aulas = 2  Menus  (a escolher):  R$   500,00

O curso completo: R$ 2.000,00 pagáveis em 2 quotas

Para  mais informações, escrever para brazil@icif.com ou chamar (11) 3825-1950. www.icif.com

Revista Eno Estilo - Expo Brasil Chocolate

Evento de gastronomia: Chocolate e seu universo

A feira mais deliciosa do ano, pelo menos para os chocólatras, está chegando. Mais uma vez recheada de workshops, palestras, degustações e muito mais.

Com a participação em massa de expositores a feira deste ano trará muitas novidades.

Corra para fazer sua inscrição, pois até  o dia 07 de agosto, você poderá se credenciar gratuitamente pelo link: http://www.expobrasilchocolate.com.br/expo/cred/

Serviço: Expo Brasil Chocolate

Data: 12 a 15 de agosto Horário: das 13h00 as 20h00

Local: Centro de Convenções Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569 – 4º andar – Consolação A 1100 metros da Estação Consolação do Metrô

Inscrições gratuitas até 07 de agosto de 2014 e após será cobrado o ingresso de R$ 16,00 no local do evento

Maiores informações: http://www.expobrasilchocolate.com.br

Quer escolher um evento, em outra data?

Veja outros eventos organizados no calendário de nossa Agenda de eventos

Revista Eno Estilo - Michel-Jack Chasseuil

revista-eno-estilo-michel-jack-chasseuil-1

Um dos maiores colecionadores de vinho do mundo, o francês Michel-Jack Chasseuil, está buscando interessados em abrir um museu para o vinho, que pretende chamar de Louvre do vinho. Com mais de 40.000 vinhos divididas entre suas adegas particulares em sua casa, o colecionador que mantém as chaves da adega principal em um cofre no banco, pretende investir nesta ideia, pois considera este estoque de vinhos selecionadíssimos, um patrimônio da França e certamente que não podemos tiraolhe a razão.

revista-eno-estilo-michel-jack-chasseuil-2Recentemente sofreu um assalto, quando pensava estar abrindo sua casa para a entrega de algumas caixas de vinhos.

Os assaltantes levaram 15 caixas de vinhos, mas tiveram que se contentar com os considerados de “segunda linha” de sua segunda adega, já que as chaves da primeira não estão disponíveis na casa. Nela estão as safras históricas de grandes vinhos do mundo.

revista-eno-estilo-vinhos-100-garrafas-extraordinariasMonsieur Chasseuil nasceu na comuna francesa de Chapelle-Bâton, no departamento de Deux-Sèvres em 1941.

Iniciou sua coleção de vinhos em 1960 e em 1994 criou a Academia internacional de vinhos raros (l’Académie internationale des vins rares).

Em 2010 publicou seu livro: 100 bouteilles extraordinaires de la plus belle cave du monde” traduzido para vários idiomas incluindo o português com o titulo “100 Garrafas Extraordinárias  da Mais Bela Adega do Mundo” publicado pela editora Boccato.

 Redação
Revista Eno Estilo – Vinhos e Lifestyle