Sabemos o quanto foi difícil chegar a uma familiaridade maior com as uvas finas (as vitiviníferas de origem europeia), aqui no Brasil, país onde ainda a esmagadora maioria dos vinhos consumidos é elaborado com a uva de mesa, texto incluído pela lei brasileira em seu rótulo (Vinho de mesa) e se refere ao vinho elaborado com uvas não vitiviníferas, na verdade uvas para serem comidas in natura, por isso o termo “de mesa”. (Leia o texto sobre o tema AQUI).
Embora com um índice ainda muito pequeno, alguns não se permitem ficar apoiados apenas nas uvas, para as quais tradicionalmente foram direcionados, pelo mercado brasileiro, a Cabernet Sauvignon, a Chardonnay e outras tão conhecidas quanto, como a Merlot e a Sauvignon Blanc, afinal existe a curiosidade humana e isto é sempre muito bom. A busca da diversidade, não funciona bem em todo os campos, mas para o mundo do vinho é uma capacidade necessária, perfeita e imprescindível.
Hora de inovar, temos esta proposta como meta, na revista Eno Estilo, a de alertar para ampliar horizontes através da informação, e veio de encontro a ela, um artigo recém publicado (17 de setembro de 2014) no Caderno Paladar do jornal “O Estado de São Paulo”, pelo jornalista Marcel Miwa: “Vinhos fora do Radar”.
Com a proposta de diversificar, foram testados 8 vinhos de castas menos conhecidas ou quase nada da maioria dos consumidores, dentre as tintas, a portuguesa Baga, a espanhola Prieto Picudo, a italiana Nerello Mascalese e a grega Agiorkitico, dentre as brancas a Sylvaner da Alsácia, a italiana Verdicchio, a portuguesa Antão Vaz e a Espanhola Godello.
Conheço e aprecio todas estas castas e me chamou especial atenção um Godello, o vinho Val de Sil que conheço bem, sobre o qual inclusive já escrevi, por isso mesmo, o aponto aqui como sugestão aos leitores da revista Eno Estilo.
Quem o conhece irá lembrar-se dele, pois é um vinho fantástico em estrutura que revela na boca, seguida do requinte que expressa na explosão de seus aromas em taça e que segundo a prova elaborada pelos degustadores, lhe deu o título de melhor branco e melhor custo qualidade.Vinho da região da Galícia mais precisamente da Denominação de Origem Valdeorras, região de solo de pedra ardósia das clássicas camadas, tanto que as tem até representadas em seu rótulo.
Eis uma bela sugestão para ampliar horizontes. Lembro que este vinho foi indicado pelo crítico Jorge Lucki na sua relação de melhores vinhos da Espanha e também já havia sido premiado na seleção de melhores vinhos da Prazeres da Mesa. É degustar e se apaixonar por ele.
Val de Sil
Região D.O. Valdeorras – Galícia – Espanha
Importadora: Península Vinhos
Você que ainda não se desligou do Chardonnay – que tem também o seu lugar reservado – irá fascinar-se com a Godello. Não se deixe limitar, porque o que de mais fantástico existe neste universo do vinho é sua imensidão de castas, de terroirs, que aguçam cada vez mais o prazer da descoberta. Abrir uma garrafa de vinho de uma nova casta é como aventurar-se por estradas ensolaradas, agrestes e repletas de bons momentos.
Ouse. Conheça cada uma delas.
por Camila H. Coletti
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