O país que mais exporta vinhos ao Brasil -esteve em 08 de agosto- apresentando a seleção de vinhos do 8º Tasting Wines of Chile. O evento que aconteceu em São Paulo no Hotel Unique, colocou em degustação vinhos de 37 vinícolas do Chile.
Além do tasting, a masterclass -voltada a especialistas reconhecidos, jornalistas especializados e sommeliers convidados- aconteceu sob a condução do especialista chileno Héctor Riquelme, contando também com a presença de membros da associação Wines of Chile, seu presidente Mario Pablo e a diretora comercial Angelica Valenzuela.
As novidades e os vinhos em destaque na masterclass do Wines of Chile 2018
O painel “Vinhos do Chile: Blends Surpreendentes” foi composto de 10 vinhos tintos, que foram apresentados por seus enólogos e a masterclass conduzida pelo simpático especialista chileno Héctor Riquelme. A surpresa de início, ficou pela ausência dos espumantes e brancos bem como dos doces de colheita tardia. De certa forma esperado, visto o foco em blends.
Dentre os 10 vinhos degustados no Wines of Chile 2018, 100% apresentaram a participação da Cabernet Sauvignon mesmo que em porcentagem menor. A segunda participação com 70% de presença, ficou com a uva considerada ícone do Chile, a Carménère. As demais uvas selecionadas pelos enólogos em seus blends foram a Merlot, em menos porcentagem, a Cabernet Franc, a Syrah e a Petit Verdot.
Dentre o painel apresentado na masterclass deste Wines of Chile 2018 selecionei 4 vinhos em destaque:
- Quinta Generación 2015 – Casa Silva
Um corte de 45% de Cabernet Sauvignon, 45% de Carménère, 5% de Syrah e 5% de Petit Verdot. Apresentou-se com muita expressão no nariz com uma mescla de cerejas maduras, notas florais e no tempo de taça, abriu revelando traços de especiarias. Na boca envolvente com a suculência que encanta os sentidos. Taninos integrados e acidez contrapondo-se ao álcool, em equilíbrio perfeito.
Importadora Vinhos do Mundo | Preço ao consumidor: R$ 180,00 - Lota 2011 – Cousiño-Macul
Sem a presença da Carménère o Lota 2011 foi elaborado com 75% de Cabernet Sauvignon e 25% de Merlot. Mostrando aromas mais discretos que compunham-se de notas de doçaria, traços mentolados e balas Toffees em conjunto encantador, preparava os sentidos para uma entrada de boca macia e acidez vívida. Os taninos de presença assinalaram os anos de descobertas ainda por vir, apesar de seus já 7 anos.
Importadora Norimport | Preço ao consumidor: R$ 595,00 - Enclave 2011 – Viña Ventisquero
Um corte de 87% de Cabernet Sauvignon, 6% de Petit Verdot, 5% de Carménère e 3% de Cabernet Franc o Enclave abre com traços de Alcaçuz, notas de cogumelos e nuances de Cassis. Boca muito integrada e suculenta, cativando com a mescla de maciez e vigor na estrutura. Também como o anterior com 7 anos e revelando poder proporcionar ainda muito prazer pela frente.
Importadora Cantu | Preço ao consumidor: R$ 860,00 - Siegel Unique Selection 2014 – Viña Siegel
Com 45% de Cabernet Sauvignon, 35% de Carménère e 20% de Syrah, o Siegel mostrou-se com interessantes notas de Cardamomo, um discreto floral, taninos sedosos, acidez e álcool em equilíbrio, apesar dos 14,5° de álcool gerando uma sensação agradabilíssima do conjunto. Um ótimo vinho, com o preço mais acessível dentre os selecionados.
Importadora Uainegroup | Preço ao consumidor: R$ 135,00
Números apresentados no Wines of Chile 2018
O Chile finalizou o ano de 2017 com um aumento de 18,2% em volume no Brasil e detém, segundo os últimos números, uma fatia expressiva de 45% do mercado de vinhos importados presentes no Brasil. A grande presença no Brasil já vem de longa data com o Chile liderando o ranking de vinhos importados há 16 anos.
Já ficou claro, que o povo brasileiro tem apreciação pelos vinhos produzidos no Chile. Os vinhos com boa qualidade e com preço competitivo, na categoria de gama de entrada (vinhos com valor abaixo de 50 reais ao consumidor) costumam fazer frente inclusive aos vinhos finos nacionais. O que dá volume às vendas são estes vinhos, já que infelizmente, a maioria dos brasileiros não possui renda compatível com o preço dos grandes vinhos. Para aumentar o consumo é preciso que a renda do povo seja compatível, não será o uso do copo de plástico, com ou sem pedra de gelo que irá proporcionar isto. Vinho cada um bebe como quiser, mas terá primeiro, que comprar a garrafa.
A Wines of Chile, associação que representa e divulga os vinhos chilenos no mundo, comemora a confortável fatia do mercado e revela que o Brasil é um dos três mercados prioritários prometendo novas ações, que serão colocadas em prática, visando um 2019 de novidades pelo Brasil.
Os bons vinhos, a bons preços são sempre bem-vindos!
Parabéns aos enólogos e aos produtores.
Camila H. Coletti
Editora
10.08.2018
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