Os aromas do vinho entremeados com doce de Tamarindo?
Sim, afinal os aromas do vinho são detectados, de acordo com a memória olfativa de cada um. Eles contam um pouco de nossa história.
Você poderá ler sobre o tema memória olfativa AQUI.
O caso de um doce de Tamarindo
Um fato que exemplifica bem, é o relato da minha experiência na infância, com um doce, tipo goiabada, mas elaborado com Tamarindo. Ele me deu um descritor próprio,pouco usual, mas que algumas vezes explode nas taças com vinho.
Meu pai era diretor de escola e tinha no colégio, um professor muito amigo dele. Todos os anos este professor viajava ao nordeste e trazia este doce de Tamarindo. Me lembro bem que era embalado em uma caixa de madeira. Eu ainda criança, o apreciava muito. Comia apenas uma vez por ano e esperava ansiosamente por este momento.
Foi marcante e algumas poucas vezes, eu tive a surpresa de encontrar este aroma em vinhos. Um aroma semelhante que minha mente interpretou, como o aroma daquele doce de tamarindo. Resultado uma experiência de memória olfativa. Percebam que será muito difícil encontrar alguém, que encontre este aroma no vinho. Os aromas existem, pois existem classes de substâncias que surgem no vinho, no entanto alguns sentirão algo e podem não conseguir descrever, pois não tem memória olfativa que se aproxime daquele aroma exalado pela substância em questão.
Quem vive no Brasil teve mais contato com as chamadas frutas exóticas. O Tamarindo faz parte de nossas mesas, embora o doce de Tamarindo não seja simples de encontrar.
As memórias olfativas olfativas são construídas nos locais por onde passamos.
Habitantes de outros locais do mundo poderiam por exemplo, identificar tipos de cerejas em certos vinhos, que são pouco acessíveis à nós, pois se desenvolvem bem em locais que incluam em suas estações, frio com neves. No Brasil as cerejas são raríssimas, presentes apenas nos finais de ano e mal sabemos o tipo de cerejas que comemos nestas festas. Identificar o aroma de cereja sim, mas i tipo dela já é algo para habitantes de outros locais.
por Camila H. Coletti
Editora – Colunista especializada em vinhos
Sommelière ABS-SP | ASI – Master Level Provence
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